AFINAL, O QUE PODEMOS ESPERAR DE 2016?
Uma coisa que sempre me intriga é ver que tantas cabeças
(bem) pensantes no Brasil não são capazes de enxergar onde está, de verdade, a
raiz dos nossos problemas. Ou melhor: as cabeças pseudamente pensantes que
realmente importam.
A mim, pobre mortal, parece que a necessidade de um ajuste
fiscal versus a fragmentação política – que impede qualquer aprovação das
reformas necessárias – é o centro, a raiz dos nossos problemas atuais.
E o que, afinal, pode acontecer? Abandonar, como muitos
querem, qualquer ajuste econômico/fiscal vai nos fazer, finalmente, sair da beira do
abismo e nos lançarmos abaixo rumo à morte tantas vezes anunciada. A outra
possibilidade, a união das forças políticas minimamente responsáveis em torno
de um projeto, viável, de ajustes voltados para o crescimento, parece cada vez
mais improvável, com cada uma delas olhando para o próprio umbigo, pensando em
como tirar proveito da situação.
Ninguém pensa que se formos parar de fato bem lá no
fundo do poço, seja quem for, o poderoso de plantão enfrentará gigantescas
dificuldades para colocar o trem novamente nos trilhos. Convulsão social é um
cenário bastante provável.
E aí, o que nos espera em 2016?
Nada? Nenhuma surpresa? Vamos como bons cordeirinhos esperar
que pela obra e caridade do Divino Espírito Santo as coisas se resolvam por
elas mesmas? Não importa o que aconteça no cenário internacional, não importam
os movimentos da China, os juros nos Estados Unidos, as guerras no Oriente
Médio, o naufrágio bolivarianista na América Latina... nada disso nos afetará,
enquanto esperamos que algum milagre aconteça?
Será que tudo o que almejamos seja mesmo que 2016 seja mais
ou menos (um pouquinho pra lá, um pouquinho pra cá) igual a 2015? É difícil de
acreditar que, para um contingente expressivo do nosso país, esta seja a melhor
alternativa e que tudo acabe se resolvendo por si mesmo.
Eu, sinceramente, gostaria de, pelo menos ter alguma
surpresa. Agradável, com certeza.
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