DEBATES COM PRESIDENTES: UM DIA AINDA VEREMOS ISSO, AQUI?
Na primeira semana de janeiro o debate do presidente Barack Obama, ao vivo, em confronto direto com cidadãos, alguns contrários as suas propostas, sobre o controle de armas nos Estados Unidos, tomou conta das manchetes internacionais, não tanto pelo tema. O inusitado da situação, o debate público da autoridade maior com seus cidadãos, foi o mais comentado.
Os
retranqueiros de plantão, no caso especifico o representante da Associação
Nacional do Rifle (NRA, na sigla em inglês), Andrew Arulanandam fugiu do
encontro, argumentando que não via “razão para participar de um espetáculo de
relações públicas orquestrado pela Casa Branca”. Mui provavelmente, na hipótese
altamente improvável de algo semelhante acontecer por aqui, seríamos premiados
por uma enormidade de argumentos semelhantes.
Vale
ressaltar que as perguntas não foram discutidas previamente e que o debate não
foi editado para favorecer o presidente. Rolou o que rolou. Outra coisa que
deixaria os nossos consultores de comunicação de cabelos em pé. Mas Obama é
Obama e... deixa pra lá.
O
medo deste tipo de debate, raro, convém ressaltar, só pode ser considerado como
“espetáculo” de alto risco pelos que desdenham a democracia e não estão
seguros, muito pelo contrário, das suas ideias e projetos.
Vale,
ainda lembrar, um fato quase nunca mencionado, que na Inglaterra, o
primeiro-ministro é sabatinado, SEMANALMENTE, durante uma hora, respondendo a
oposição (sim, pasmem!) sobre suas ações nos últimos sete dias.
É
óbvio que para que isto aconteça um mínimo de seriedade e compostura é
necessário. O pessoal lá tem. E a prática vem desde 1881. É claro, como não
poderia deixar de ser, que cada aproveita como pode as sessões para promover as
suas posições, mas nada que se compare ao confronto raivoso, mal educado, burro
e recheado de palavrões e agressões que nossas excelências nos brindam
diariamente em Brasília ou no interior e saída de certos restaurantes da classe
alta Brasil afora.
São
dois belos exemplos de algo que o mundo precisa urgentemente: uma forma nova de
conduzir o debate político, de redescobrir a arte da argumentação democrática
inteligente. Se não agirmos, todos nós, em prol de um confronto civilizado,
vamos – a cada dia que passa, a cada campanha eleitoral realizada – ficar
apenas na propaganda fascista. *
*Só
pra evitar encher o saco:
Fascismo é a denominação
que se dá ao regime político que surgiu na Europa entre 1919 e 1945, portanto,
no intervalo entre as duas grandes guerras mundiais ( 1a Guerra
Mundial e 2a. Guerra Mundial). Suas características básicas são: o
totalitarismo, o nacionalismo, o idealismo e o militarismo. (tudo junto). Algo
lhe é familiar?
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