ATAQUES AMERICANOS NÃO PRETENDEM DERRUBAR BASHAR ASSAD

As ameaças e o provável ataque dos americanos e seus aliados a Síria não tem por objetivo a derrubada do governo do ditador Bashar Assad. O objetivo é romper o impasse atual, movendo um pouco a balança a favor dos rebeldes e permitindo, com isso, que o governo e a elite alauita decida finalmente negociar.

O ideal para as potências ocidentais é que a Síria caminhe para um tipo de arranjo parecido com o libanês, onde diversos grupos sectários e étnicos dividem o poder, distribuídos de forma proporcional à população. E será instável, é óbvio, mas dessa forma seria mantido um certo controle sobre grupos muito radicais, como a Al Qaeda. A Rússia também tem interesse nesse status. O equilíbrio precário das forças atualmente em conflito, na hipótese de uma solução negociada, onde as forças atuais não sejam aniquiladas por seus adversários, talvez mantenham na área os combatentes islâmicos da Brigada do Cáucaso, que voltariam para a Rússia, revigorados pelos combates e pelas armas adquiridas. Na verdade, para a Rússia o melhor cenário é que a guerra civil permaneça. Na pior das hipóteses que a paz venha em um cenário onde ela seja mantida pela garantia das armas e dos combatentes em regime permanentemente de alerta.

Enfi, está difícil prever um futuro para a Síria. No momento, a melhor das hipóteses está ainda em se tornar um grande Líbano, com os interesses russos sendo mantidos na área e a contenção, ainda que de forma precária do jihadismo que interessa aos americanos. Manter, de certa forma, a minoria alauita com algum poder é importante como contraponto as forças rebeldes, fragmentada em linhas ideológicas, religiosas e étnicas bem distintas, que podem resultar na continuidade de uma guerra civil ainda mais feroz que a travada atualmente na Líbia. 

Resta saber se tudo isso vai ter algum êxito. Mais seguramente o futuro não será radiante para a população síria

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