Todo o dinheiro na reta final da campanha? Um erro fatal
Recentemente ouvi mais uma vez esta pérola,
que julgava extinta. Dar pouca atenção a um trabalho consistente, antes da
campanha eleitoral propriamente dita, e concentrar todos os esforços na tal “reta
final”.
No passado isso fazia algum sentido, mas quem
continua acreditando nisso certamente não entendeu nada do que aconteceu nas últimas
eleições, continua a vivendo feliz em tempos analógicos.

O Brasil tem hoje cerca de 420 milhões de
aparelhos digitais ativos, com destaque para os smartphones, que já estão na
casa dos 230 milhões. Metade dos brasileiros fazem suas compras pelo celular,
usando aplicativos e mídias sociais.
O celular veio para ficar e só não vê quem
não quer.
O uso intensivo dos smartphones na vida
diária das pessoas tem o seu reflexo também na política, onde a era digital
introduziu novos modelos de persuasão. E em uma escala sem precedentes. É
possível, e a Cambridge Analytica demonstrou isso nas suas estrepolias ao redor
do mundo, que é possível aferir desejos, conhecer as posições mais íntimas de
cada pessoa e com isso bombardeá-las com mensagens extremamente personalizadas.
O grau em como isso vem sendo feito ainda
varia, mas os dispositivos e a tecnologia estão aí a disposição para qualquer
um que se disponha a investir.

Debitar exclusivamente às redes sociais a
vitória do candidato do PSL é tolice, mas tolice maior é ignorar a força
crescente do mundo digital, que influencia em tudo, e cada vez mais, em nossas
vidas. Na política não é diferente.

Bolsonaro começou com cedo. E colheu
frutos.
As eleições de 2020 estão aí. Vamos ver
quem aprendeu a lição e vai chegar na reta final bem colocado e quem esperou os
minutos finais para se movimentar e vai, com certeza, encarar uma belíssima
derrota nas urnas.
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