DIÁRIO DE UMA QUARENTENA - 4 AS BESTAS DO APOCALIPSE

Aqui, na minha quarentena, penso em como será o nosso retorno a "normalidade", mais dias, menos dias, mais mortes, menos mortes, mais falências com certeza.

Me aterroriza a ação das mais variadas autoridades (fiquem calmos, não se trata de mais uma espinafração do presidente Bolsonaro). De repente governadores e prefeito, esta tarde devidamente autorizados pelo Marco Aurélio, possam continuar fechando fronteiras, de estados, municípios, cidades e tomando quaisquer outras medidas que lhes passem pela cabeça.

Uma coisa é determinar medidas de contenção por alguns dias, numa tentativa de deter a curva ascendente de contaminação do vírus. Faz sentido. Mas por tempo indeterminado, como decretou o prefeito do Rio de Janeiro, entre outros malucos?

Quem tem dinheiro na caixinha vai sobreviver, mas a grande massa de assalariados, o gigantesca quantidades de autônomos, que sobreviverá? Um assalariado que mal consegue fechar o mês, vai comer como se tudo está fechado? Como as cidades vão se alimentar se as rodovias, a entrada e a saída das cidades estarão fechadas, com base nas ideias brilhantes de governadores e prefeitos?

Não concordo com as ideias mesquinhas do dono da Madero, Giraffas e afins, que apenas pensam nos seus negócios, não oferecem nada, nem avaliam a questão de desemprego, perda de renda e tudo o mais que ameaçam o nosso futuro. Ah, o governo vai dar um dinheirinho. Pra quem? E quanto?

Não é possível acharmos que fechar o país, inteiramente, como a besta do apocalipse, o Marco Aurélio Mello, acha pode, ao autorizar estados e municípios a restringir a locomoção, fechando estradas, rodoviárias e aeroportos. Como será o transporte de comida, remédios, equipamentos vitais? Ao bel prazer de qualquer prefeito idiota, mal informado e olhando apenas para o seu umbigo.

Além disso ninguém parece estar a sério pensando no pós epidemia. Sem dinheiro, sem emprego, com a economia em baixa o que será do nosso país? Um Brasil de falidos? Não importa aqui aquela parcela mínima, insignificante dos muito ricos. como será o futuro da maioria dos brasileiros? O pequeno e médio negócio são as bases da nossa economia. As grandes empresas vão sobreviver. Aos trancos e barrancos, talvez, mas sobreviverão. E os médios e pequenos como vão sobreviver? Como ficarão seus empregados? 

Decretar estado de emergência para pegar uma graninha do Governo Federal é uma das piores ideias neste momento. Medidas do governo federal, para ajudar os estados e municípios são válidas e vai exigir criatividades de todas instâncias governamentais, mas parar completamente a economia é tão suicida e vão levar a morte - literalmente - milhões de brasileiros. 

Quem tem memória curta, ainda que numa situação completamente diferente, devem lembrar do pânico que o confisco da poupança no governo Collor provocou, inclusive com mortes. Vai parece o paraíso se continuarmos com essas medidas tresloucadas